Este parece ser um título algo alarmista, atendendo à popularidade e à preponderância que as motorizações a gasóleo ganharam na Europa e, em especial, no nosso país. Se, no global do mercado europeu, os Diesel dominam metade das vendas de automóveis novos, entre nós esse valor sobe muito, aproximando-se dos dois terços. Sejamos, portanto, claros, o fim do Diesel não está aí ao virar da esquina, mas há sinais claros de que acontecerá, mais tarde ou mais cedo.
Foi, aliás, publicado recentemente um estudo da empresa AlixPartners que prevê que, em 2030, os automóveis a gasóleo representarão apenas 9% do parque automóvel europeu, gigantesco tombo face aos actuais 50%! Em simultâneo, a Toyota Europe já equaciona a possibilidade de ir deixando cair alguns motores Diesel, por exemplo no Yaris, modelo em que representa menos de 10% das vendas.
Aos poucos, a electricidade vai tomando conta dos automóveis e os Diesel estão na primeira linha "de fogo". Essencialmente porque se estão a tornar um mau negócio para os construtores. São motores mais dispendiosos de construir que os propulsores a gasolina e tornar-se-ão cada vez mais caros para se adaptarem às normas antipoluição sempre mais restritivas. São já muitos os que têm de recorrer a tratamentos extra (como o aditivo AdBlue) para cumprirem as normas em vigor e, no futuro, as regras serão ainda mais apertadas, nomeadamente no que respeita aos óxidos de azoto (NOx) e partículas, áreas em que os motores a gasolina não têm problemas.
Por outro lado, as marcas já fizeram outras contas: uma fábrica para construir o mesmo número de motores eléctricos custa dez vezes menos e exige uma área dez vezes menor que uma equivalente para motores de combustão! Com a poupança inerente em investimento e… custos de mão-de-obra.
Com todo este "cocktail", é natural que os motores Diesel, mais caros de construir e mais difíceis de colocar dentro das "leis ecológicas", acabem por ser postos de lado. Não para já nem nos anos mais próximos, claro, mas é o antecipar de um movimento quase inevitável. Por isso não escrevemos que é o fim do Diesel. É apenas o começo…